sexta-feira, abril 29, 2005

DÁ-ME ALGUÉM PARA AMAR

Senhor, quando eu tiver fome, dá-me alguém que necessite de comida;
Quando eu tiver sede, dá-me alguém que precise de água;
Quando eu tiver frio, dá-me alguém que necessite de calor.
Quando eu tiver um aborrecimento, dá-me alguém que necessite de consolo;

Quando minha cruz parecer pesada, dá-me a compartilhar a cruz do outro;
Quando eu me achar pobre, põe a meu lado alguém necessitado.
Quando eu não tiver tempo, dá-me alguém que precise de alguns dos meus minutos;

Quando eu sofrer humilhação dá-me ocasião para elogiar alguém;
Quando eu estiver desanimado, dá-me alguém para lhe dar novo ânimo.
Quando eu sentir necessidade da compreensão dos outros, dá-me alguém que necessite da minha;

Quando eu sentir necessidade de que cuidem de mim, dá-me alguém que eu tenha de atender;
Quando eu pensar só em mim mesmo, volta minha atenção para outra pessoa.
Torna-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos

que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje!
Dá-lhes através de nossas mãos, o pão de cada dia,

e dá-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a Paz e a Alegria!

(Madre Teresa de Calcutá)

Esta é uma das orações que mais rezo, é das mais belas que conheço. Reflecte exactamente o sentido que procuro dar à minha breve existência...dar a vida, em cada palavra, gesto e situação. Uma vida que não vem de mim, mas que me pertence, e que me é dada gratuitamente para gastar.
Sinto-me às vezes como uma ampulheta...não é angustiante quando jogamos aqueles jogos em que temos um tempo determinado pela ampulheta para completar a prova, e não conseguimos chegar à solução, à resposta certa, à verdade?!...nunca sabemos exactamente qual o tempo que a ampulheta guarda, mas vê-lo escorrer nos nossos dedos é exasperante...
Como escorre o nosso tempo? Será que ainda estamos longe da verdade que nos faz sentido? Será que ainda não nos conhecemos o suficiente para saber qual a nossa essência e plenitude?
Se não as conhecemos, se não nos conhecemos, nunca saberemos o que é para nós ser felizes. E aí viveremos eternamente à procura da felicidade...quando ela está aqui. O Reino é uma promessa que se concretiza em cada dia, e por isso eternamente, e não somente na eternidade!
E para mim, tal como diz o Salmo 73, a felicidade é estar perto de Deus.
Um abraço aos meus amigos bloggers,
Dabar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Simplesmente lindo!! Esta oração disse-me muito no Brasil! Quanto mais sede tinha de receber mais sentia que tinha de dar, e rezar estas palavras ajudou-me a cumprir a minha missão. O que é mais bonito agora, é que mais uma vez eu precisava de me lembrar destas palavras e de rezá-las e tu trouxeste-as até mim.

Um abraço daqueles da tua maninha!

Anónimo disse...

Já muitos antes de nós perceberam realmente a dicotomia divina: quanto mais dás mais recebes, quanto mais amas mais é amado! Amar sinceramente, sem nada esperar, é o único mandamento que Jesus nos pede para cumprir e as razões são evidentes... Quem ama, repeita, auxilia, acolhe, protege, DÁ-SE completamente ao outro.
Sempre que rezo esta oração, (re)lembro-me que a dor e as necessidades são relativas e que apenas o amor é permanente... Mesmo nos momentos angustiantes de tristeza e frustração é possível amar! Basta percebermos que a nossa palavra, o nosso gesto ou o nosso sorriso podem ajudar alguém, e entao somos nós quem primeiro se sente feliz!
Esta é uma daquelas orações em que apetece dizer: tem de enviá-la a todas as pessoas que conhece em 48horas senão... corre o risco de nunca mais ter quem lha lembre!
Bruno, obrigado por me teres recordado... obrigado por me teres levado a rezá-la de novo.
Xi apertado