quarta-feira, abril 20, 2005

Páscoa

Não acreditamos naquilo em que duvidamos, nas coisas que não se conseguem provar à luz da ciência. Por outro lado, só se consegue amar algo que se conhece intima e profundamente! É por isto tão difícil acreditar na ressurreição de Jesus, porque é impossível explicá-la. E ao mesmo tempo, como amar profundamente, como entregar a nossa vida a algo que não conhecemos, que não conseguimos explicar, e que temos tanta dificuldade em aceitar e amar? Felizmente, Deus não nos deixa nas trevas, sem resposta. Para isso, dá-nos a capacidade de ultrapassar a nossa incredulidade, através da fé.
Deus, que ao longo da história da humanidade, se revelou aos povos através de sinais mais ou menos visíveis e compreensíveis, teve de descer da sua condição de Divino para se tornar Homem, e poder ser compreendido e amado por todos, ao mesmo tempo que experimentou a condição humana, temporal, finita e dolorosa. Este Deus ama-nos ao ponto de se tornar homem, que sofre, que ama, que luta e que morre. Um Deus que ama os homens! Um Deus que salva os homens, ao mostrar-lhes que o Homem é a sua criação e o seu fim. Um Deus que morre por amor, para mostrar que o amor é o essencial, que o amor é a própria manifestação de Deus no Homem.
Jesus conferiu ao Homem o poder de ser Divino, porque não só concretizou definitivamente a aproximação de Deus ao Homem, quebrando o mito do “Deus poderoso, inacessível e castigador”, mas sobretudo porque elevou o Homem a Deus, através da ressurreição. Pela sua humildade, generosidade, perdão e capacidade de amar, Jesus mostrou como o Divino se manifesta no Homem, e como cada um de nós pode continuar a fazer o mesmo em Sua memória.
Jesus mostrou-nos que o Homem pode ressuscitar.
Então, como é que nós ressuscitamos nas nossas vidas?
Como enfrentamos as mortes constantes que vivemos?
A morte do poder, da riqueza, da inveja?
A morte da solidão, do desprezo, da violência?
A morte do egoísmo, da falta de paciência, da preguiça?
A morte da falta de amor?
Morte é tudo isto que nos impede de viver em abundância, como era a vontade de Jesus.
Nesta Páscoa, somos mais uma vez desafiados por Jesus Cristo a ressuscitarmos com Ele para uma nova vida. A uma vida a que não estamos habituados, que nos custa, que dá trabalho, porque é preciso transformar muita coisa no nosso coração e na forma como nos entregamos e amamos quem nos rodeia. Mas é este o sentido da ressureição: a conversão do coração!
A Páscoa é a passagem da morte para a vida. Quem não vive, morre lentamente. Mas com Jesus, vivemos sempre.
Peçamos a Deus que nos mostre a vida, em todos os lugares, circunstâncias e pessoas, para que celebremos sempre nos nossos corações a dádiva de Jesus ao mundo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Achas mesmo que Jesus morreu por algo que não conhecia?»... n sei se concordo